17.4.07

Amebices - Capítulo II
A ameba bateu o carro dela duas semanas atrás. Deu PT. Conseguiu a façanha sozinha, num domingão ensolarado, numa autostrada italiana. Mísera Toyota Yaris. No retorno à casa, esperava que todos ficassem com dó e perguntassem se ela estava bem. Ninguém o fez. Como saída, começou a reclamar de uma dor estranha no pé direito. Ainda não conseguiu a atenção devida. Começou a fazer um tratamento não sei das quantas num terapeuta a Marghera. Nisso pediu algumas vezes a minha 'super macchina' pra ir até lá. Sem problemas. Meu carro, de meu, não tem nada. Quem comprou foi o diretor técnico do clube, e tá no nome de outra pessoa. É assegurada, e eu dirijo sem uma habilitação válida. E o pior de tudo é que todos no clube são cientes disso. Ou seja, o que seria pior do que a ameba pegar meu carro?
Meu celular vibra. "Ciao Astrid! Ascolta... sono un po' in ritardo. Ti servi la macchina?" Suspeito. Ela avisando de atraso, e perguntando se eu precisava do carro. Pergunto o que houve. Nenhuma resposta. Por volta das cinco da tarde, chega ela, revoltada, indignada, discursando alta e claramente sobre a incompetência policial e da 'municipalidade' (ela usou esse termo pra descrever as leis e regras e blá) de Marghera. Pois a anta (de ameba passa a anta) ao invés de estacionar no enoooooorme estacionamento atrás da clínica reservado para pacientes, deixou o carro na frente. Como se não bastasse, não percebeu que tinha estacionado o carro a um (1)metro do trilho de trem da zona portuária de Marghera. Guincho! Pois cento e vinte euros para retirar a super macchina, mais trinta e cinco de multa por deixá-la onde não é permitido.

1.4.07


"...agora você me apertou sem me abraçar..."

Eis a resposta certa para você, meu caro(a), que é pego(a) de surpresa quando indagado(a) sobre algo absolutamente fora de cogitação.
(Créditos ao Jr.)
Depoimento de um músculo-involuntário-do-lado-esquerdo-do-peito-on-the-rocks, please!.
Certa vez pensei cá com meus botões: "de hoje em diante acreditarei nas pessoas". Um pacto de confiança. Uma forma de crédito. Por quê? Acredito que não se tem porquê mentir, por mais que o façam. Não quero deixar a impressão de que sou indefesa e inocente neste mundão onde reinam os espertos. A pulga insiste em estar atrás da orelha, e minhocas já constróem seus lares na minha caixola pensante. Mas é assim que funciona. Uma vez cortados os créditos, adeus à boa convivência. Não, obrigada. De drama, bastam os dos outros, e novela mexicana.